Reprodução das Plantas

 

Tipos de reprodução nas plantas

As plantas podem se reproduzir de forma assexuada ou sexuada. A reprodução assexuada não envolve a fusão de gametas e resulta em descendentes geneticamente idênticos à planta-mãe. Já a reprodução sexuada depende da união de gametas masculino e feminino, promovendo variabilidade genética entre os descendentes. Muitas plantas são capazes de realizar ambos os tipos, dependendo das condições ambientais.



Reprodução assexuada natural

Na reprodução assexuada natural, partes da planta originam novos indivíduos. Alguns exemplos incluem rizomas, como o gengibre, que crescem horizontalmente no subsolo; estolhos, como nos morangueiros, que se estendem na superfície e dão origem a novas plantas; bulbos, como a cebola, que armazenam nutrientes e desenvolvem novas brotações; tubérculos, como a batata, que também acumulam reservas e podem gerar novas plantas a partir de suas “gemas”; e brotamentos, comuns em algumas suculentas, que geram novas plantas a partir de pequenas estruturas laterais.



Reprodução assexuada artificial

A reprodução assexuada artificial é amplamente utilizada na agricultura e jardinagem. Técnicas como a estaquia, onde um ramo ou folha é plantado para gerar um novo indivíduo; a enxertia, que une partes de duas plantas diferentes para formar uma só com características combinadas; e a alporquia, em que um ramo ainda ligado à planta-mãe desenvolve raízes antes de ser separado, são exemplos de práticas humanas que aproveitam a capacidade regenerativa das plantas.



Reprodução sexuada nas plantas

A reprodução sexuada nas plantas envolve a formação de gametas masculinos e femininos e ocorre principalmente nas plantas com flores, conhecidas como angiospermas. Nelas, a flor é a estrutura reprodutiva que abriga os órgãos responsáveis pela produção e união dos gametas. A fecundação resulta na formação da semente, que dará origem a uma nova planta.



Estrutura da flor

As flores completas possuem quatro verticilos principais: cálice (formado por sépalas), corola (formada por pétalas), androceu (conjunto de estames, responsáveis pela produção de pólen) e gineceu (conjunto de carpelos ou pistilos, onde se localiza o ovário, o estigma e o estilete). O androceu é o órgão reprodutor masculino e o gineceu é o feminino.



Formação dos gametas

O pólen é o gametófito masculino, formado nas anteras dos estames. Ele contém células que darão origem aos gametas masculinos. O óvulo, localizado no ovário do gineceu, é o gametófito feminino. Ele abriga a oosfera, que será fecundada pelo gameta masculino. A formação desses gametas envolve divisões celulares do tipo meiose, garantindo a redução do número de cromossomos.



Polinização

A polinização é o transporte do grão de pólen das anteras até o estigma do gineceu. Pode ocorrer por meio do vento (anemofilia), da água (hidrofilia), de insetos (entomofilia), aves (ornitofilia) ou morcegos (quiropterofilia). Algumas plantas são autopolinizadoras, enquanto outras dependem de agentes externos. A polinização é etapa fundamental para a fecundação nas plantas com flores.



Fecundação e formação do fruto

Após a polinização, o grão de pólen germina e forma um tubo polínico que conduz o gameta masculino até o óvulo. A fecundação ocorre quando um dos núcleos espermáticos se funde com a oosfera, formando o zigoto. Outro núcleo se une a duas células do óvulo, originando o endosperma, tecido nutritivo para o embrião. O ovário desenvolve-se em fruto, e o óvulo se transforma em semente.



Ciclo de vida das plantas

O ciclo de vida das plantas é caracterizado por alternância de gerações. Alternam-se uma fase haploide (gametófito), responsável pela produção de gametas, e uma fase diploide (esporófito), responsável pela produção de esporos. Nas plantas vasculares, como as angiospermas e gimnospermas, a fase dominante é o esporófito. Em briófitas, como os musgos, a fase dominante é o gametófito.



Reprodução nas gimnospermas

As gimnospermas são plantas que não formam flores nem frutos. Seus gametas se desenvolvem em estruturas chamadas estróbilos ou cones. O grão de pólen é liberado pelo cone masculino e transportado pelo vento até o cone feminino, onde ocorre a fecundação. A semente se forma diretamente no cone feminino, sem proteção de um fruto.



Reprodução nas briófitas

As briófitas dependem da água para a fecundação, pois os gametas masculinos precisam nadar até os gametas femininos. O gametófito é a fase mais visível e duradoura. Após a fecundação, forma-se o esporófito, que gera esporos por meiose. Esses esporos germinam e dão origem a novos gametófitos.



Reprodução nas pteridófitas

As pteridófitas, como as samambaias, também apresentam alternância de gerações. O esporófito é a fase dominante. Ele produz esporos em estruturas chamadas soros, localizadas na face inferior das folhas. Esses esporos germinam e originam um gametófito pequeno e independente, onde ocorrem a produção de gametas e a fecundação, que também depende de água.

 

 

Pássaro pousado num galho com flores

Os pássaros também são importantes no processo de polinização das plantas.

 

 


 

Artigo revisado por Tânia Cabral - Professora de Biologia e Ciências - graduada na Unesp, 2001.

Atualizado em 27/07/2025