Pteridófitas
O que são Pteridófitas?
As pteridófitas são plantas vasculares que não produzem sementes, sendo caracterizadas pela presença de raízes, caules e folhas verdadeiras. Representam um grupo intermediário na escala evolutiva das plantas, estando acima das briófitas e abaixo das gimnospermas. Esse grupo inclui as samambaias, avencas e cavalinhas. O ciclo de vida das pteridófitas é marcado pela alternância de gerações, com predominância da fase esporofítica.
Características gerais das pteridófitas:
- Presença de vasos condutores: possuem xilema e floema, que transportam água, sais minerais e substâncias orgânicas pelo corpo da planta.
- Ausência de sementes: a reprodução é feita por esporos, não havendo formação de sementes.
- Raízes, caules e folhas verdadeiros: ao contrário das briófitas, apresentam estrutura diferenciada e especializada.
- Predominância do esporófito: a fase mais visível e duradoura do ciclo de vida é a do esporófito, que é diploide.
- Reprodução dependente da água: o gameta masculino é flagelado e necessita da presença de água para fecundar o gameta feminino.
- Habitat úmido: em geral, vivem em ambientes úmidos e sombreados, favoráveis à reprodução.
Ciclo reprodutivo das pteridófitas
O ciclo de vida das pteridófitas apresenta alternância de gerações, com as fases esporofítica (diploide) e gametofítica (haploide).
1. Esporófito: é a planta adulta, que produz esporos por meiose nos esporângios localizados em estruturas chamadas soros, geralmente encontrados na face inferior das folhas.
2. Esporos: germinam em ambientes úmidos, originando o gametófito, também chamado de protalo, que é pequeno, verde e fotossintetizante.
3. Gametófito: produz anterídios (gametas masculinos) e arquegônios (gametas femininos). A fecundação ocorre quando a água permite o deslocamento do anterozoide até a oosfera, formando o zigoto.
4. Zigoto: desenvolve-se no próprio gametófito, dando origem ao novo esporófito.
Classificação das pteridófitas
As pteridófitas são divididas em diferentes grupos, com base em suas características morfológicas e reprodutivas:
- Filicíneas (ou filicófitas): representam as verdadeiras samambaias, com folhas grandes (frondes) e bem divididas, com soros visíveis.
- Licófitas: grupo com folhas pequenas (microfilos) e caule geralmente rastejante, como as licopódias e selaginelas.
- Equisetófitas: conhecidas como cavalinhas, apresentam caules articulados e folhas reduzidas em forma de bainha.
- Psilotófitas: plantas simples, com caules dicotômicos e sem raízes verdadeiras, como as psilotáceas.
Importância ecológica das pteridófitas
As pteridófitas desempenham funções significativas nos ecossistemas onde ocorrem.
- Participam da formação de solo: suas raízes contribuem para a retenção de partículas do solo e impedem a erosão.
- Estabilização de ecossistemas úmidos: ajudam a manter a umidade do ambiente e são indicadores de áreas conservadas.
- Fonte de alimento e abrigo: servem de habitat para pequenos animais e micro-organismos, além de fazerem parte de algumas cadeias alimentares.
- Contribuição para a biodiversidade: aumentam a variedade de espécies vegetais em florestas e matas.
Exemplos de espécies de pteridófitas:
- Samambaia (Nephrolepis exaltata): amplamente usada como planta ornamental, com folhas longas e pendentes.
- Avenca (Adiantum capillus-veneris): delicada, com folhas pequenas e arredondadas, cultivada em ambientes internos.
- Cavalinha (Equisetum arvense): com caules articulados e função diurética em usos populares.
- Licopódio (Lycopodium clavatum): possui esporos com aplicação limitada em indústrias por suas propriedades inflamáveis.
- Selaginela (Selaginella spp.): tolerante à dessecação, usada em estudos sobre resistência à seca.
Distribuição geográfica das pteridófitas
As pteridófitas ocorrem em diversos ambientes, mas preferem regiões tropicais e subtropicais com alta umidade. Podem ser encontradas em florestas, margens de rios, encostas rochosas, e até em ambientes urbanos, desde que haja sombra e umidade suficientes.
Fisiologia e estrutura das pteridófitas
As pteridófitas apresentam adaptações fisiológicas que lhes conferem maior complexidade em relação às briófitas.
- Folhas: geralmente compostas, com nervuras bem definidas e superfície adaptada à fotossíntese.
- Caule: pode ser subterrâneo (rizoma) ou aéreo, responsável pela sustentação e condução de seiva.
- Raízes: verdadeiras, fixam a planta e absorvem água e nutrientes.
- Tecidos condutores: permitem o transporte eficiente de água (xilema) e substâncias orgânicas (floema).
Comparação entre pteridófitas, briófitas e gimnospermas
- Briófitas: não possuem vasos condutores nem raízes verdadeiras; gametófito é a fase dominante.
- Pteridófitas: possuem vasos condutores e órgãos verdadeiros; esporófito é a fase dominante.
- Gimnospermas: possuem sementes, vasos condutores bem desenvolvidos e não dependem da água para a reprodução.
Importância evolutiva das pteridófitas
As pteridófitas representam um avanço evolutivo significativo entre as plantas terrestres.
- Marcaram a transição entre plantas avasculares e vasculares.
- Introduziram a dominância do esporófito, característica mantida nos grupos mais modernos.
- Prepararam o caminho evolutivo para o surgimento de plantas com sementes e flores.
Aplicações humanas das pteridófitas
Embora não sejam amplamente utilizadas pela agricultura, algumas pteridófitas têm usos reconhecidos em diferentes contextos.
- Ornamentação: muitas espécies, como as samambaias e avencas, são cultivadas como plantas ornamentais em jardins e interiores.
- Estudos científicos: são utilizadas em pesquisas sobre evolução vegetal, reprodução e morfologia de plantas.
- Uso tradicional: algumas espécies são empregadas na cultura popular para rituais e práticas medicinais, embora sem respaldo científico consolidado.
Curiosidades
- As plantas pteridófitas foram as primeiras que desenvolveram um sistema destinado ao transporte de seiva.
- São muito usadas como plantas ornamentais, principalmente as samambaias.
- Algumas espécies de samambaias podem crescer até 15 metros.
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Avenca (Adiantum capillus-veneris): outro exemplo de planta pteridófita. |
Artigo revisado por Tânia Cabral - Professora de Biologia e Ciências - graduada na Unesp, 2001.
Atualizado em 06/08/2025
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