Briófitas

 

O que são as briófitas?


As briófitas são plantas avasculares, ou seja, não possuem vasos condutores de seiva (xilema e floema), o que limita seu porte e restringe sua ocorrência a ambientes úmidos e sombreados. São consideradas os primeiros vegetais a colonizar o ambiente terrestre, formando um grupo intermediário entre as algas verdes e as plantas vasculares (traqueófitas). Apesar de sua simplicidade estrutural, as briófitas desempenham importante papel ecológico, como a retenção de umidade e a formação de solo em ambientes recém-expostos.


As briófitas pertencem ao Reino Plantae e são divididas em três filos principais: Bryophyta (os musgos), Hepatophyta (as hepáticas) e Anthocerotophyta (os antóceros). Seu ciclo de vida é caracterizado por alternância de gerações, com predominância da fase gametofítica.



Exemplos de espécies de briófitas:



Diversas espécies de briófitas são encontradas em florestas tropicais, margens de rios, troncos de árvores e superfícies rochosas úmidas. Alguns exemplos são:


Sphagnum spp.: conhecidos como musgos-de-turfa, são amplamente utilizados na jardinagem e horticultura devido à sua alta capacidade de retenção de água.

Marchantia polymorpha: uma hepática bastante comum, que cresce em solos úmidos e apresenta estruturas reprodutivas visíveis a olho nu.

Anthoceros agrestis: um representante típico dos antóceros, com esporófito alongado semelhante a um chifre, que justifica seu nome.


Essas espécies revelam a diversidade e adaptação desse grupo a ambientes úmidos e sombreados.



Características gerais das briófitas



As briófitas possuem características que as diferenciam das demais plantas terrestres:


• Ausência de vasos condutores: a água e os nutrientes são distribuídos célula a célula por difusão e osmose, o que limita o crescimento vertical da planta.

Pequeno porte: a maioria das espécies tem poucos centímetros de altura, mantendo-se rente ao solo.

Presença de rizoides: estruturas filamentosas que auxiliam na fixação ao substrato e na absorção de água, substituindo as raízes verdadeiras.

Fase gametofítica dominante: o gametófito é a fase mais duradoura e visível, sendo responsável pela fotossíntese e nutrição do esporófito.

Dependência da água para a reprodução: os gametas masculinos (anterozoides) são flagelados e necessitam de um filme de água para nadar até os gametas femininos (oosferas).

Reprodução alternante: apresentam alternância de gerações entre gametófito haploide e esporófito diploide.


Vale ressaltar que as características indicam a transição das plantas do ambiente aquático para o terrestre, ainda com forte dependência da água.



Reprodução das briófitas


A reprodução das briófitas pode ser assexuada ou sexuada, ambas relacionadas com a estrutura do gametófito.

Na reprodução assexuada, são comuns processos como fragmentação do gametófito e formação de propágulos (estruturas vegetativas que geram novos indivíduos). Nas hepáticas, por exemplo, estruturas denominadas conceptáculos produzem propágulos chamados gemas, que se destacam e originam novas plantas.

A reprodução sexuada envolve a produção de gametas nos gametângios: os anterídios (masculinos) produzem anterozoides, enquanto os arquegônios (femininos) produzem oosferas. Quando o anterozoide nada em direção à oosfera, graças à presença de água, ocorre a fecundação, formando um zigoto diploide. Este zigoto desenvolve-se em um esporófito, que permanece preso ao gametófito e dele depende nutricionalmente.

O esporófito produz esporos por meiose em uma estrutura chamada cápsula. Ao serem liberados, esses esporos germinam e originam novos gametófitos haploides, reiniciando o ciclo de vida. Esse tipo de ciclo é denominado haplodiplobionte com predomínio gametofítico.

 

Lunularia cruciata, exemplo de briófita hepática
Lunularia cruciata: exemplo de briófita hepática.




 

Artigo revisado e atualizado por Tânia Cabral - Professora de Biologia e Ciências - graduada na Unesp, 2001.

Atualizado em 21/07/2025