Questões sobre as Briófitas

 

Testes de múltipla escolha sobre as Plantas Briófitas:

 

1. As briófitas são plantas avasculares que apresentam estrutura corporal simples. Qual alternativa caracteriza adequadamente esse grupo de organismos?

A. Briófitas possuem tecidos especializados para condução de seiva bruta e elaborada, desempenhando funções semelhantes às das plantas vasculares.
B. Briófitas apresentam vasos condutores parcialmente formados, permitindo apenas a movimentação limitada de água entre os gametófitos.
C. Briófitas possuem organização corporal composta por raízes verdadeiras, caule rígido e folhas largas adaptadas ao transporte interno eficiente.
D. Briófitas dispõem de estruturas corporais semelhantes a caules lenhosos, possibilitando suporte para grandes alturas.
E. Briófitas apresentam ausência de vasos condutores verdadeiros, dependendo da difusão para transporte interno de substâncias.



2. Qual alternativa descreve de forma correta a relação das briófitas com ambientes úmidos:

A. Vivem preferencialmente em ambientes áridos, nos quais dependem de estruturas internas resistentes para reter água.
B. Dependem de ambientes úmidos, pois necessitam de água líquida para a fecundação, uma vez que os anterozoides precisam nadar até a oosfera.
C. Ocupam exclusivamente grandes áreas subaquáticas, realizando seu ciclo de vida totalmente imerso em ambientes marinhos.
D. São plantas adaptadas a ambientes secos e apresentam semente para facilitar a reprodução nesses locais.
E. Desenvolvem estruturas especiais que eliminam a dependência de água no processo reprodutivo.



3. Sobre o ciclo de vida das briófitas, qual alternativa está correta?

A. O esporófito é a fase dominante do ciclo de vida e se mantém independente do gametófito.
B. O gametófito produz esporos diplóides que dão origem ao esporófito por meiose.
C. O gametófito constitui a fase dominante do ciclo de vida e nutre o esporófito, que se mantém preso a ele.
D. O esporófito realiza fotossíntese e apresenta longa duração, enquanto o gametófito é reduzido e temporário.
E. O esporófito origina gametas que se desenvolvem diretamente no solo úmido.



4. Sobre as estruturas presentes nas briófitas, assinale a alternativa correta:

A. As briófitas apresentam raízes desenvolvidas, que fixam a planta ao solo e absorvem água de forma eficiente.
B. As briófitas possuem estômatos funcionais distribuídos por toda a superfície do gametófito.
C. As briófitas apresentam folhas largas com cutícula espessa que evita totalmente a perda de água.
D. As briófitas possuem rizoides, que auxiliam na fixação ao substrato e na absorção limitada de água.
E. As briófitas possuem tecidos vasculares primários que sustentam o gametófito.



5. Qual alternativa apresenta uma característica correta sobre a reprodução das briófitas:

A. O gametófito depende totalmente do esporófito para obter nutrientes.
B. A fecundação ocorre no interior do anterídio, onde a oosfera é protegida por estruturas resistentes.
C. O esporófito se desprende completamente do gametófito e passa a viver de forma independente até liberar seus esporos.
D. A formação de gametas ocorre por meiose, resultando em células haplóides que se unem para formar o esporófito.
E. O zigoto se desenvolve sobre o gametófito feminino, originando o esporófito que permanece preso a ele durante todo o seu crescimento.



6. Sobre o habitat das briófitas, qual opção apresenta uma afirmação correta?

A. Podem ser encontradas em ambientes úmidos, sombreados ou sobre troncos e rochas, devido à capacidade de absorver água diretamente da superfície.
B. São restritas a ambientes tropicais e não ocorrem em regiões frias ou temperadas.
C. São plantas exclusivamente subterrâneas que dependem da decomposição orgânica para se reproduzir.
D. Ocorrem apenas em áreas com alta salinidade, como manguezais e costas marinhas.
E. Necessitam obrigatoriamente de ambientes permanentemente alagados para sobreviver.



7. Qual das alternativas apresenta uma comparação correta entre briófitas e pteridófitas?

A. Briófitas e pteridófitas possuem sementes que facilitam sua dispersão em ambientes variados.
B. Briófitas não possuem vasos condutores, enquanto pteridófitas apresentam sistema vascular que garante maior porte.
C. Briófitas possuem esporófito dominante, ao contrário das pteridófitas, nas quais o gametófito é dominante.
D. Briófitas e pteridófitas dependem exclusivamente da polinização para reproduzir.
E. Briófitas são plantas vasculares, enquanto pteridófitas são avasculares.



8. Sobre a diversidade das briófitas, qual alternativa está adequada?

A. As briófitas são exclusivamente representadas pelos musgos, não havendo subdivisões internas no grupo.
B. As hepáticas apresentam folhas amplas e sistema radicular desenvolvido, semelhante ao de plantas vasculares.
C. Musgos, hepáticas e antóceros são grupos que compõem as briófitas, cada um com características estruturais próprias.
D. Os musgos possuem ciclo de vida totalmente independente da água devido ao desenvolvimento de estômatos eficientes.
E. Os antóceros constituem a maior e mais diversa divisão das plantas terrestres contemporâneas.



9. Qual alternativa descreve corretamente o esporófito das briófitas?

A. É geralmente formado por pé, seta e cápsula, permanecendo dependente do gametófito para nutrição.
B. É totalmente fotossintético e vive mais tempo que o gametófito.
C. Mantém-se livre no solo após sua formação, desenvolvendo-se sem ligação com o gametófito.
D. Caracteriza-se por ser a fase mais longa do ciclo e por apresentar independência nutricional.
E. Apresenta sementes que garantem maior capacidade de dispersão.



10. Sobre a importância ecológica das briófitas, assinale a alternativa correta:

A. Contribuem para o processo de fixação biológica de nitrogênio atmosférico em larga escala, substituindo organismos bacterianos.
B. São fundamentais por promover a salinização dos solos úmidos, permitindo o desenvolvimento posterior de espécies halófitas.
C. Exercem papel ecológico limitado, pois dependem totalmente de plantas vasculares para obter nutrientes.
D. Não desempenham funções relevantes na manutenção da umidade dos ecossistemas onde vivem.
E. Auxiliam na retenção de água, na formação de solos e na colonização inicial de ambientes terrestres.



11. Qual alternativa apresenta uma descrição correta sobre os rizoides das briófitas?

A. São estruturas filamentosas que fixam o gametófito ao substrato e auxiliam na absorção limitada de água.
B. São raízes verdadeiras com vasos condutores especializados.
C. São estruturas onde ocorre a produção de esporos responsáveis pela dispersão.
D. São órgãos reprodutivos que abrigam anterozoides durante a fecundação.
E. São estruturas lenhosas responsáveis pelo transporte de seiva bruta.



12. Sobre os gametófitos das briófitas, qual alternativa está correta?

A. O gametófito é diploide e produz gametas por meiose.
B. O gametófito é haploide e representa a fase dominante, realizando fotossíntese.
C. O gametófito apresenta vasos condutores que promovem o transporte de nutrientes.
D. O gametófito se prende ao esporófito durante todo o ciclo, garantindo sua nutrição.
E. O gametófito produz sementes protegidas por estruturas especiais.



13. Qual alternativa caracteriza corretamente o processo de fecundação nas briófitas?

A. A fecundação ocorre no ambiente externo, onde gametas masculinos e femininos são liberados em grande quantidade.
B. A fecundação depende de vento para transportar o anterozoide até a oosfera.
C. A fecundação ocorre no interior do arquegônio, onde o anterozoide chega nadando em meio aquoso.
D. A fecundação ocorre na cápsula do esporófito, antes da liberação dos esporos.
E. A fecundação é garantida pelo transporte interno realizado pelos rizoides.



14. Sobre a cápsula das briófitas, assinale abaixo a alternativa correta:

A. A cápsula é uma estrutura presente no gametófito que armazena substâncias de reserva.
B. A cápsula é formada exclusivamente por células diploides que originam gametas.
C. A cápsula armazena o zigoto, que se mantém dormente até melhores condições climáticas.
D. A cápsula contém esporos formados por meiose e participa da dispersão da espécie.
E. A cápsula representa a fase haploide responsável por produzir gametas masculinos.



15. Qual alternativa apresenta uma afirmação correta sobre a dispersão nas briófitas?

A. Ocorre por meio de esporos liberados da cápsula, permitindo a colonização de novos ambientes.
B. Ocorre somente em ambientes aquáticos, devido à impossibilidade de transporte aéreo.
C. Realiza-se por sementes que garantem proteção ao embrião durante longas viagens.
D. Ocorre apenas após a separação completa entre esporófito e gametófito.
E. Depende exclusivamente de animais para a distribuição dos esporos.

 

 

GABARITO:

 

1 E - Ao estudar a organização corporal das briófitas, observa-se que elas não desenvolveram xilema e floema verdadeiros, motivo pelo qual o transporte de água, sais minerais e substâncias orgânicas ocorre, sobretudo, por difusão e osmose entre células vizinhas. Essa limitação estrutural explica o pequeno porte, a necessidade de ambientes úmidos e a ausência de diferenciação clara em raízes, caules e folhas típicos de plantas vasculares, o que torna a opção que menciona a ausência de vasos condutores verdadeiros a única compatível com a fisiologia desse grupo vegetal.


2 B - O ciclo reprodutivo das briófitas é fortemente condicionado pela presença de água líquida no ambiente, pois os gametas masculinos flagelados deslocam-se ativamente em meio aquoso até o gametângio feminino. Esse deslocamento dos anterozoides até a oosfera, localizado no arquegônio, só é possível em superfícies úmidas, o que explica a preferência do grupo por locais sombreados e com alta disponibilidade hídrica e reforça a dependência ecológica e evolutiva da água para concretização da fecundação.


3 C - Nas briófitas, a fase haploide fotossintetizante é a mais evidente e de maior duração, sendo responsável pela nutrição e sustentação do restante do ciclo de vida. Nessa fase, produz-se os gametas e, após a fecundação, o embrião diploide permanece aderido a essa estrutura, originando um esporófito reduzido e fisiologicamente dependente. Dessa forma, o predomínio do gametófito e a dependência nutricional do esporófito caracterizam o tipo de alternância de gerações típico desse grupo.


4 D - Em vez de raízes verdadeiras dotadas de tecido vascular, as briófitas apresentam estruturas filamentosas simples que garantem apenas fixação ao substrato e absorção bastante limitada de água. Esses filamentos, denominados rizoides, são constituídos por poucas camadas celulares e não possuem organização em tecidos condutores, diferindo claramente de raízes de angiospermas e pteridófitas. Essa simplicidade estrutural contribui para a restrição do porte e reforça a dependência de ambientes constantemente úmidos.


5 E - Após a fecundação, o zigoto formado no gametângio feminino permanece retido no tecido materno e, a partir dele, desenvolve-se a geração diploide produtora de esporos, que não se separa completamente do organismo que o originou. O esporófito obtém água e nutrientes diretamente do gametófito por meio de uma região de conexão, mantendo relação de dependência fisiológica até o amadurecimento da cápsula. Essa característica evidencia um grau de cuidado parental e reforça o papel central do gametófito na história de vida das briófitas.


6 A - A distribuição espacial das briófitas está associada à capacidade de absorver água e nutrientes diretamente pela superfície do corpo, o que favorece o estabelecimento sobre rochas, troncos, solo úmido ou outras superfícies em locais sombrios e com elevada umidade. Em muitos ecossistemas, esses organismos colonizam superfícies inóspitas em fases iniciais de sucessão ecológica, contribuindo para reter água e facilitar a instalação de outros vegetais. Essa plasticidade em ambientes úmidos, mas não necessariamente submersos, caracteriza o padrão típico de ocorrência do grupo.


7 B - Ao comparar briófitas e pteridófitas, observa-se que o segundo grupo apresenta verdadeira vascularização, com tecidos especializados no transporte de seiva, o que permite maior porte e maior distância entre órgãos fotossintetizantes e absorventes. Já as briófitas permanecem sem xilema e floema verdadeiros, o que limita o crescimento vertical e condiciona a organização corporal a formas pequenas e próximas ao substrato. Essa diferença estrutural é um marco importante na evolução das plantas terrestres, representando uma transição entre formas avasculares e vasculares.


8 C - A divisão interna das briófitas em musgos, hepáticas e antóceros evidencia diversidade morfológica e anatômica significativa dentro do grupo. Musgos tendem a formar tufos ou almofadas verdes; hepáticas exibem talos ou estruturas folhosas mais simples; antóceros possuem esporófitos alongados em forma de “chifre”. Apesar dessas diferenças, compartilham características fundamentais, como a ausência de vasos condutores verdadeiros, predominância do gametófito e dependência de água para a fecundação, o que justifica o agrupamento em um mesmo grande conjunto.


9 A - A geração diploide das briófitas apresenta, na maior parte das espécies, organização em três regiões básicas: uma porção basal de fixação, uma estrutura alongada e uma extremidade produtora de esporos. Essa porção terminal, frequentemente denominada cápsula, abriga tecidos esporogênicos que realizam meiose para originar esporos haploides. Durante todo esse processo, o esporófito mantém conexão estrutural e nutricional com o gametófito por meio da região de fixação, evidenciando dependência metabólica e ausência de vida autônoma prolongada.


10 E - Em muitos ecossistemas terrestres, briófitas atuam no início da sucessão ecológica, ajudando a estabilizar o substrato e contribuindo para a formação de solo por meio da acumulação de matéria orgânica e retenção de partículas. Sua capacidade de absorver e reter água funciona como um “estoque hídrico” que atenua variações de umidade no microambiente, beneficiando outros organismos. Essa combinação de retenção de água, proteção do solo e colonização pioneira confere ao grupo papel importante na dinâmica ecológica de florestas, campos e ambientes rochosos.


11 A - As estruturas filamentosas presentes na base do gametófito de briófitas exercem função primária de ancoragem ao substrato, impedindo que o organismo seja facilmente deslocado por chuva ou vento. Embora também possam contribuir para o ingresso de água e sais minerais, essa absorção é modesta e não se compara à eficiência de raízes dotadas de pelos absorventes e tecidos vasculares. Trata-se, portanto, de estruturas simples, de origem diferente daquela observada nas raízes de plantas vasculares, o que justifica seu enquadramento como rizoides.


12 B - Na alternância de gerações das briófitas, a fase mais visível é constituída por células com número simples de cromossomos e realiza síntese de matéria orgânica por fotossíntese, sustentando tanto a si mesma quanto o esporófito em desenvolvimento. Essa fase elabora gametas em órgãos especializados por mitose, já que se encontra no estado haploide. A predominância estrutural e fisiológica dessa geração caracteriza o grupo em contraste com muitos outros vegetais, nos quais a fase diploide se torna mais evidente.


13 C - O processo de fecundação em briófitas ocorre em um gametângio feminino que abriga a oosfera protegida por camadas de células, formando um ambiente interno onde o gameta masculino precisa chegar por meio de deslocamento em água. A presença de flagelos confere mobilidade aos anterozoides, que nadam em uma película de água até o interior desse órgão reprodutivo, onde se concretiza a fusão gamética. Essa dependência de um meio aquoso superficial reforça a necessidade ecológica de ambientes úmidos para que o ciclo reprodutivo seja completado.


14 D - Na porção terminal do esporófito de muitas briófitas, encontra-se uma estrutura especializada que abriga tecido esporogênico diploide, o qual sofre meiose para gerar esporos haploides. Após o amadurecimento, dispositivos de abertura ou estruturas higroscópicas permitem a liberação desses propágulos, que são dispersos pelo vento ou por outros agentes físicos. Essa liberação marca o início de uma nova fase haploide, possibilitando a colonização de novos locais e garantindo a perpetuação da espécie em diferentes microambientes.


15 A - A fase final do desenvolvimento esporofítico envolve a liberação de esporos que podem ser transportados a distâncias variáveis, geralmente pelo vento, alcançando superfícies adequadas para germinação. Ao encontrarem condições favoráveis de umidade e luminosidade, esses esporos germinam e originam novos gametófitos, iniciando novamente o ciclo de vida. Esse mecanismo de dispersão, baseado em estruturas microscópicas resistentes, permite a expansão espacial das populações de briófitas sem a necessidade de sementes ou estruturas mais complexas.

 

 


 

Por Tânia Cabral - Professora de Biologia e Ciências do Ensino Fundamental e Médio - graduada na Unesp, 2001.


Publicado em 23/11/2025