Peixes


O que são peixes?


Os peixes são animais vertebrados aquáticos que pertencem ao grupo dos cordados. Eles constituem a maior diversidade dentro do reino Animalia e estão distribuídos em praticamente todos os ambientes aquáticos do planeta, sejam rios, lagos, mares ou oceanos. Seu corpo apresenta adaptações específicas que permitem a sobrevivência no meio aquático, desempenhando papel fundamental nos ecossistemas e também na alimentação humana ao longo da história.



Principais características físicas dos peixes:



Corpo fusiforme: o formato alongado e afilado facilita a natação, diminuindo a resistência da água.


Escamas: a maioria dos peixes possui escamas que protegem o corpo contra agressões externas.


Nadadeiras: estruturas locomotoras que permitem deslocamento, equilíbrio e mudança de direção.


Linha lateral: sistema sensorial que detecta vibrações e movimentos da água.


Brânquias: órgãos responsáveis pela respiração, adaptados à captação de oxigênio dissolvido na água.




Respiração dos peixes


A respiração é feita pelas brânquias, localizadas em cavidades protegidas por opérculos nos peixes ósseos. A água entra pela boca, passa pelas brânquias e, ao sair, ocorre a troca gasosa: o oxigênio é absorvido e o gás carbônico é eliminado. Essa adaptação garante a sobrevivência em ambientes aquáticos, ainda que a disponibilidade de oxigênio varie.



Reprodução dos peixes


A maioria dos peixes apresenta reprodução sexuada e fecundação externa, conhecida como desova. Nesse processo, a fêmea libera os óvulos na água e o macho libera os espermatozoides, ocorrendo a fecundação fora do corpo. Existem também espécies com fecundação interna, e algumas apresentam cuidado parental, protegendo os ovos e filhotes.



Sistema circulatório


Os peixes possuem circulação fechada, simples e completa. O coração apresenta duas cavidades: um átrio e um ventrículo. O sangue passa apenas uma vez pelo coração antes de circular pelo corpo, o que caracteriza a circulação simples. Esse sistema garante o transporte de nutrientes, oxigênio e hormônios aos tecidos.



Temperatura corporal


Os peixes são animais ectotérmicos, ou seja, sua temperatura corporal depende da temperatura do ambiente. Por isso, eles apresentam grande sensibilidade a variações térmicas, o que influencia sua distribuição geográfica e o período de maior atividade.



Classificação dos peixes em grupos:


Agnatos: são peixes sem mandíbulas e sem escamas, como as lampreias. Possuem corpo alongado e hábitos parasitas ou detritívoros.


Condrictes: conhecidos como peixes cartilaginosos, apresentam esqueleto formado por cartilagem. Incluem tubarões e arraias, caracterizados por mandíbulas desenvolvidas, ausência de bexiga natatória e fecundação interna.


Osteíctes: são os peixes ósseos, com esqueleto constituído de ossos. Representam a maior diversidade de espécies, como sardinhas, salmões e tilápias. Possuem opérculo, bexiga natatória e grande variedade de adaptações ambientais.



Peixes de água doce e de água salgada


Os peixes podem ser classificados também pelo ambiente em que vivem. Os de água doce habitam rios, lagos e represas, enfrentando a necessidade de controlar a entrada excessiva de água em seus corpos por osmose. Já os peixes de água salgada vivem em mares e oceanos, precisando lidar com a perda constante de água para o ambiente. Algumas espécies, chamadas de eurialinas, conseguem viver tanto em água doce quanto em salgada, como o salmão e a enguia.



Exemplos de espécies de peixes:

 

Tilápia (Oreochromis niloticus): espécie originária da África, mas amplamente cultivada no Brasil em sistemas de piscicultura. É um peixe de água doce, de crescimento rápido, carne apreciada e grande importância econômica para o consumo interno e exportação.


Lambari (Astyanax spp.): pequeno peixe de água doce encontrado em rios e lagoas brasileiras. É bastante popular na pesca artesanal e no consumo como petisco, sendo também usado como isca na pesca de espécies maiores.


Tambaqui (Colossoma macropomum): nativo da Amazônia, é um dos maiores peixes de água doce do Brasil. Alimenta-se de frutos e sementes, desempenhando papel ecológico importante na dispersão de plantas da floresta. Sua carne é bastante valorizada na culinária regional.


Dourado (Salminus brasiliensis): conhecido como o “rei do rio”, é um peixe carnívoro de águas doces, comum no Pantanal e na bacia do rio Paraná. De grande porte e força, é muito procurado por pescadores esportivos. Sua carne é saborosa, mas a pesca é controlada em algumas regiões devido à ameaça de redução populacional.


Piranha (Pygocentrus nattereri): espécie típica da Amazônia e do Pantanal, é carnívora e vive em cardumes. Embora tenha fama de agressiva, geralmente ataca em situações de escassez de alimento ou provocação. Faz parte da culinária regional, sendo usada em caldos e sopas.


Surubim (Pseudoplatystoma corruscans): peixe de grande porte encontrado em rios da Bacia do Prata e do São Francisco. Pertencente ao grupo dos bagres, possui corpo alongado e pintado. É muito apreciado na pesca esportiva e também valorizado na alimentação por sua carne de qualidade.


Tubarão-branco (Carcharodon carcharias): espécie de peixe cartilaginoso encontrada em mares tropicais e temperados, inclusive no litoral brasileiro. É um dos maiores predadores oceânicos, com comportamento ativo e carnívoro, alimentando-se de peixes, tartarugas e mamíferos marinhos. Apesar da fama de perigoso, desempenha papel fundamental no equilíbrio ecológico dos oceanos.

 

 

Foto de uma tilápia-do-nilo

Tilápia do Nilo: exemplo de espécie de peixe de água doce.

 

 

Foto de um tubarão-branco
Tubarão-branco: exemplo de espécie de peixe de água salgada.

 

 

Classificação taxonômica dos peixes:

 

Reino: Animalia (todos os animais).

Filo: Chordata (animais com notocorda em algum estágio do desenvolvimento).

Subfilo: Vertebrata (possuem coluna vertebral).

Superclasse: Pisces (designação tradicional para peixes, embora não seja um grupo taxonômico formalmente aceito atualmente).

 

 



Por Tânia Cabral - Professora de Biologia e Ciências - graduada na Unesp, 2001.


Publicado em 27/09/2025