Zooplâncton

 

O que é


O zooplâncton é um conjunto de organismos heterotróficos que vivem flutuando na coluna d’água de ambientes aquáticos, tanto marinhos quanto de água doce. Ele é composto principalmente por pequenos animais e protozoários que derivam ao sabor das correntes, sendo incapazes de nadar contra elas. Apesar de seu tamanho geralmente microscópico, o zooplâncton desempenha papel essencial nas cadeias alimentares aquáticas, atuando como elo entre os produtores primários (fitoplâncton) e os consumidores de níveis tróficos mais elevados, como peixes e crustáceos.



Principais características:


Diversidade biológica: o zooplâncton é extremamente diverso, incluindo protozoários, larvas de invertebrados, pequenos crustáceos e até ovos ou estágios iniciais de peixes.


Alimentação heterotrófica: esses organismos se alimentam de fitoplâncton, bactérias e partículas orgânicas suspensas na água.


Distribuição variável: sua abundância e composição variam conforme a temperatura, salinidade, luz e disponibilidade de alimento no ambiente aquático.


Movimentação limitada: embora alguns possam se mover utilizando cílios, flagelos ou apêndices, dependem majoritariamente das correntes para se deslocar.


Ciclos de vida curtos: muitos organismos zooplanctônicos têm ciclos de vida breves, o que favorece uma alta taxa de reprodução e rápida resposta às mudanças ambientais.


Adaptações morfológicas: possuem corpos transparentes e estruturas leves que auxiliam na flutuação, evitando o afundamento.



Exemplos


Entre os principais representantes do zooplâncton estão os copépodes, pequenos crustáceos que constituem uma das maiores biomasses (quantidade total de matéria orgânica viva existente em um determinado grupo de organismos ou em um ecossistema) animais do planeta. Outros exemplos incluem os rotíferos, os protozoários ciliados, as larvas de moluscos, de equinodermos e de crustáceos, além de organismos como o krill, muito comum em águas frias e de grande importância para mamíferos marinhos, como as baleias.

 

Classificação do zooplâncton

Pode ser dividido em holoplanctônicos, que passam todo o ciclo de vida como parte do plâncton (como os copépodes e os protozoários), e meroplanctônicos, que são apenas temporariamente planctônicos, geralmente nas fases larvais (como larvas de moluscos e equinodermos). Essa distinção é importante para compreender as dinâmicas populacionais e os ciclos de vida no ambiente aquático.



Migração vertical diária

Muitos organismos zooplanctônicos realizam movimentos verticais na coluna d’água, subindo à superfície durante a noite para se alimentar e descendo durante o dia para evitar predadores. Esse comportamento influencia a distribuição de nutrientes e o fluxo de carbono nos ecossistemas marinhos.




Relação com o fitoplâncton e variações sazonais

 

As populações de zooplâncton estão intimamente relacionadas à produção primária do fitoplâncton. Em períodos de maior disponibilidade de nutrientes e luz solar, ocorre um aumento na população de fitoplâncton, o que gera um crescimento subsequente do zooplâncton.



Impactos ambientais e mudanças climáticas


As alterações de temperatura, acidez e salinidade da água, causadas pelo aquecimento global e pela poluição, afetam diretamente a composição, a distribuição e a sobrevivência das espécies zooplanctônicas, podendo desequilibrar cadeias alimentares inteiras.



Importância ecológica


O zooplâncton é fundamental para o equilíbrio dos ecossistemas aquáticos. Atua como intermediário trófico, transferindo energia do fitoplâncton para níveis superiores da cadeia alimentar. Além disso, participa do ciclo do carbono, pois, ao se alimentar e excretar, contribui para a sedimentação de matéria orgânica no fundo dos oceanos. Também é utilizado como indicador biológico da qualidade da água, já que sua composição e abundância refletem as condições ambientais e o grau de poluição de um ecossistema aquático.

 

 

Imagem de microscópio mostrando vários zooplânctons

Imagem de microscópio mostrando vários zooplânctons de diferentes espécies.

 

 


 

 

GLOSSÁRIO DO TEXTO:

 

• Biomassa: quantidade total de matéria orgânica viva existente em um grupo de organismos ou em um ecossistema, geralmente expressa em peso ou volume.

• Cadeia alimentar: sequência de seres vivos em que cada um serve de alimento para o seguinte, representando o fluxo de energia e matéria em um ecossistema.

• Carbono: elemento químico essencial à vida, que participa dos processos biológicos e ecológicos, sendo ciclado entre atmosfera, organismos e solo.

• Coluna d’água: camada vertical de água que se estende da superfície até o fundo de um corpo aquático, onde vivem organismos planctônicos.

• Copépodes: pequenos crustáceos planctônicos que constituem um dos principais componentes do zooplâncton marinho e de água doce.

• Crustáceos: grupo de animais invertebrados com exoesqueleto e corpo segmentado, que inclui camarões, caranguejos e copépodes.

• Ecossistema: conjunto de seres vivos que interagem entre si e com o meio físico em um determinado ambiente natural.

• Fitoplâncton: conjunto de organismos microscópicos autótrofos que realizam fotossíntese e vivem flutuando na água, servindo de base para a cadeia alimentar aquática.

• Heterotrófico: organismo que obtém energia e nutrientes consumindo outros seres vivos ou matéria orgânica, não sendo capaz de produzir seu próprio alimento.

• Larva: estágio inicial de desenvolvimento de muitos animais, que difere morfologicamente do adulto e passa por metamorfose até atingir a forma madura.

• Meroplanctônico: organismo que vive temporariamente como parte do plâncton, geralmente durante fases larvais.

Protozoário: organismo unicelular e eucarionte que pode viver livremente na água ou em outros organismos, desempenhando funções ecológicas importantes.

• Rotífero: microrganismo aquático multicelular do zooplâncton, caracterizado por um conjunto de cílios que utiliza para locomoção e alimentação.

• Salinidade: medida da quantidade de sais dissolvidos na água, influenciando a distribuição dos organismos aquáticos.

• Sedimentação: processo de deposição de partículas sólidas, como restos orgânicos, no fundo de corpos d’água.

 

 


 

Por Tânia Cabral - Professora de Biologia e Ciências do Ensino Fundamental e Médio - graduada na Unesp, 2001.

Publicado em 15/10/2025