Animais Roedores

 

Introdução aos animais roedores


Os roedores formam a maior ordem de mamíferos do planeta, denominada Rodentia, e representam aproximadamente 40% de todas as espécies de mamíferos. Esses animais estão distribuídos por quase todos os continentes e apresentam notável diversidade ecológica, morfológica e comportamental. Uma característica marcante dos roedores é a presença de dois pares de dentes incisivos de crescimento contínuo, tanto na arcada superior quanto inferior, o que os obriga a roer constantemente objetos para desgastá-los. Eles desempenham papéis ecológicos fundamentais, como dispersores de sementes, controladores de populações de insetos e fontes alimentares para predadores.



Características morfológicas e fisiológicas


Os roedores possuem corpo geralmente pequeno a médio, focinho afilado, cauda de comprimento variável e orelhas proporcionalmente grandes em relação ao crânio. O traço mais característico é a dentição especializada: os incisivos são longos, afiados e não possuem raízes, crescendo continuamente ao longo da vida. Esses dentes são revestidos por esmalte apenas na parte frontal, enquanto a parte posterior é composta por dentina, o que favorece o desgaste irregular e mantém o fio cortante. Outra característica comum é a presença de membros anteriores adaptados à manipulação de objetos e membros posteriores muitas vezes mais desenvolvidos, como ocorre nos esquilos e ratos-saltadores.



Habitat e distribuição geográfica


Roedores ocupam uma ampla variedade de habitats: florestas tropicais, desertos, campos, savanas, zonas urbanas, cavernas e regiões alpinas. Estão presentes em todos os continentes, com exceção da Antártida, e se adaptaram a ambientes aquáticos, terrestres e subterrâneos. Algumas espécies vivem em tocas e sistemas complexos de túneis, como os tatus-bola e as capivaras (estas últimas sendo roedores semiaquáticos). Outras, como os esquilos, adaptaram-se ao ambiente arborícola. Essa versatilidade ecológica explica sua vasta distribuição geográfica e sucesso evolutivo.



Alimentação e hábitos alimentares


A dieta dos roedores varia conforme a espécie e o ambiente, mas a maioria é herbívora ou onívora. Muitos alimentam-se de sementes, frutos, raízes, caules, folhas e brotos. Outros incluem na dieta insetos, pequenos invertebrados e restos de matéria orgânica. O comportamento de armazenar alimento é comum em espécies que vivem em regiões com invernos rigorosos. Os roedores também possuem estômago simples, mas com ceco desenvolvido, o que favorece a digestão da celulose por fermentação microbiana. Alguns, como os castores, também consomem cascas de árvores e utilizam galhos para construir represas e abrigos.



Reprodução e desenvolvimento dos filhotes


Roedores geralmente possuem alta taxa reprodutiva, o que contribui para sua abundância e rápida expansão populacional. O ciclo reprodutivo é curto, e a maioria das espécies tem vários filhotes por ninhada e múltiplas ninhadas por ano. O tempo de gestação varia de poucos dias a algumas semanas, e os filhotes geralmente nascem cegos e sem pelos, exigindo cuidados maternos intensos nos primeiros dias. Em muitas espécies, a maturidade sexual é alcançada rapidamente, o que acelera o crescimento populacional. Esse padrão reprodutivo favorece a sobrevivência em ambientes instáveis e com muitos predadores.



Exemplos de roedores e suas particularidades


A ordem Rodentia inclui uma grande variedade de espécies, entre as quais se destacam:


- Capivara (Hydrochoerus hydrochaeris): maior roedor do mundo, com hábitos semiaquáticos, vive em grupos sociais e alimenta-se de vegetação aquática e terrestre.

- Rato-preto (Rattus rattus) e rato-marrom (Rattus norvegicus): amplamente distribuídos em ambientes urbanos, são onívoros e têm grande capacidade de adaptação.

- Esquilo (família Sciuridae): apresenta cauda peluda, hábitos arborícolas e alimentação baseada em sementes, frutas e nozes.

- Porquinho-da-índia (Cavia porcellus): domesticado como animal de estimação, tem hábitos diurnos e é herbívoro.

- Castor (Castor canadensis): constrói represas e diques com galhos, possui hábitos aquáticos e é conhecido por modificar o ambiente onde vive.

- Paca (Cuniculus paca): habita florestas tropicais, é noturna, solitária e possui carne muito apreciada em algumas regiões.



Importância ecológica dos roedores


Roedores têm papel essencial nos ecossistemas onde estão inseridos. Atuam como dispersores de sementes, influenciando na regeneração vegetal e dinâmica das florestas. Também são presas fundamentais para diversos predadores, como aves de rapina, serpentes, felinos e canídeos. Além disso, algumas espécies contribuem para a aeração e fertilização do solo através da escavação de túneis e galerias subterrâneas. Sua presença e abundância servem como indicadores de equilíbrio ou perturbação ambiental em determinados habitats.


 

 

 

Classificação científica dos roedores:

 

Reino: Animalia

Filo: Chordata

Subfilo: Vertebrata

Classe: Mammalia

Infraclasse: Placentalia

Superordem: Euarchontoglires

Ordem: Rodentia

 

Curiosidades biológicas:

 

- O maior roedor do mundo é a capivara. Ela pode chegar a 70 quilos e 1,30 metros de comprimento.

 

- As espécies mais rápidas de roedores são os gerbos e os ratos-cangurus. Ambos podem atingir entre 45 e 48 km/h.

 

Foto de uma capivara

Capivara, maior roedor do mundo.

 

 


 

Artigo revisado por Tânia Cabral - Professora de Biologia e Ciências - graduada na Unesp, 2001.

Atualizado em 13/08/2025