Platelmintos

 

O que são Platelmintos?


Platelmintos são animais invertebrados pertencentes ao filo Platyhelminthes, caracterizados principalmente pelo corpo achatado dorsoventralmente e pela simetria bilateral. O nome deriva do grego "platys", que significa "achatado", e "helminthos", que significa "verme". Esses organismos são considerados os primeiros animais a apresentarem cefalização (concentração de estruturas nervosas e sensoriais na extremidade anterior do corpo) e também os primeiros a possuírem três folhetos embrionários (ectoderma, mesoderma e endoderma), o que os torna triblásticos.

Os platelmintos habitam ambientes aquáticos, tanto marinhos quanto de água doce, e também podem viver em ambientes úmidos terrestres. Há ainda diversas espécies que vivem como parasitas em organismos vertebrados e invertebrados, apresentando adaptações específicas a esse modo de vida. Embora o filo inclua espécies livres, como as planárias, muitas das espécies mais conhecidas são parasitárias.

Características gerais dos Platelmintos


Os platelmintos apresentam corpo mole, não segmentado e com formato geralmente alongado. Não possuem esqueleto nem sistemas respiratório ou circulatório, dependendo da difusão para as trocas gasosas e transporte de substâncias. O sistema nervoso é relativamente simples, com dois gânglios cerebrais conectados a cordões nervosos longitudinais. A simetria bilateral e a presença de cefalização permitem maior coordenação e resposta ao ambiente.

Esses organismos são acelomados, ou seja, não possuem cavidade corporal verdadeira. O corpo é revestido por uma epiderme que pode ser ciliada (em espécies de vida livre) ou protegida por uma cutícula resistente (em espécies parasitárias). Essa cutícula é uma das adaptações que permite a sobrevivência dos parasitas no interior de seus hospedeiros.

Reprodução dos Platelmintos


A reprodução nos platelmintos pode ocorrer de forma sexuada ou assexuada, dependendo da espécie. A maioria dos platelmintos é hermafrodita, ou seja, apresenta tanto órgãos reprodutores masculinos quanto femininos em um mesmo indivíduo. A fecundação, quando ocorre, é cruzada e interna, garantindo variabilidade genética.

Nas planárias, a reprodução assexuada é comum e ocorre por fissão transversal, em que o corpo do animal se divide em duas partes, cada uma regenerando as estruturas ausentes. Esse processo é possível graças à notável capacidade regenerativa das planárias, que possuem células-tronco especializadas chamadas neoblastos.

Em espécies parasitárias, como as tênias e os esquistossomos, a reprodução é essencial para a manutenção do ciclo de vida e da infecção no hospedeiro. Essas espécies podem liberar uma grande quantidade de ovos, aumentando suas chances de perpetuação no ambiente e nos hospedeiros subsequentes.

Sistema digestivo dos Platelmintos


O sistema digestivo dos platelmintos varia conforme o modo de vida da espécie. Nas planárias, que são de vida livre, o sistema digestório é incompleto, apresentando apenas boca e faringe, mas sem ânus. A boca está localizada na face ventral e se liga a uma faringe muscular que se projeta para fora do corpo durante a alimentação. A digestão é extracelular no início e depois intracelular nas células do intestino ramificado.

Já nos platelmintos parasitas, como as tênias, o sistema digestivo pode estar ausente. No caso das tênias, por exemplo, os nutrientes são absorvidos diretamente pela superfície do corpo, já que esses animais vivem no intestino de seus hospedeiros, onde os alimentos já se encontram parcialmente digeridos. Essa ausência de trato digestivo é uma adaptação eficiente ao parasitismo.

Classificação dos Platelmintos


O filo Platyhelminthes é dividido em três classes principais, com base em características morfológicas, fisiológicas e ecológicas:


Turbellaria: compreende os platelmintos de vida livre, como as planárias. Possuem corpo revestido por epiderme ciliada, sistema digestório ramificado e são hermafroditas. São encontrados em ambientes aquáticos ou úmidos.

Trematoda: inclui espécies parasitárias, como o *Schistosoma mansoni*, causador da esquistossomose. Os trematódeos possuem ventosas que facilitam a fixação ao hospedeiro e apresentam ciclos de vida complexos, geralmente com múltiplos hospedeiros.

Cestoda: formada por vermes parasitas como as tênias. Esses animais não possuem sistema digestório e seu corpo é dividido em segmentos chamados proglotes, que contêm os órgãos reprodutores. A cabeça, ou escólex, é equipada com ganchos e ventosas para fixação à parede intestinal do hospedeiro.

Turbelário, exemplo de platelminto terrestre.

 

 

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Artigo revisado por Tânia Cabral - Professora de Biologia e Ciências - graduada na Unesp, 2001.

Atualizado em 11/08/2025