Parasitas
Introdução
No mundo biológico, as interações entre os seres vivos são diversas e desempenham papel fundamental na dinâmica dos ecossistemas. Uma dessas interações é o parasitismo, uma relação interespecífica em que um organismo, denominado parasita, obtém benefícios ao viver às custas de outro organismo, chamado hospedeiro. Essa forma de associação é encontrada em diferentes grupos de seres vivos, abrangendo animais, plantas, fungos e até mesmo micro-organismos. O estudo do parasitismo permite compreender aspectos importantes da ecologia, evolução e adaptações dos seres vivos.
O que são Parasitas?
Parasitas são organismos que dependem de outro ser vivo para obter recursos necessários à sua sobrevivência e reprodução. Eles podem se alimentar de substâncias do corpo do hospedeiro, utilizar seu espaço corporal para abrigo ou até mesmo manipular suas funções fisiológicas. Os parasitas apresentam diferentes graus de dependência em relação ao hospedeiro, variando de formas temporárias até relações permanentes.
Tipos de Parasitismo
O parasitismo pode ser classificado em diferentes categorias, de acordo com a forma de interação estabelecida:
- Parasitismo ectoparasitário: quando o parasita vive na superfície externa do hospedeiro, como piolhos e carrapatos em animais.
- Parasitismo endoparasitário: ocorre quando o parasita vive dentro do corpo do hospedeiro, como alguns protozoários e helmintos.
- Parasitismo facultativo: quando o organismo pode viver de forma livre, mas também consegue estabelecer uma relação parasitária se encontrar um hospedeiro adequado.
- Parasitismo obrigatório: quando o parasita não consegue sobreviver fora do hospedeiro, dependendo totalmente dele.
- Parasitismo social: observado em algumas espécies de insetos, como formigas, em que um grupo invade colônias de outra espécie para aproveitar recursos ou mão de obra.
Adaptações dos Parasitas
Os parasitas desenvolveram diversas adaptações ao longo da evolução para aumentar suas chances de sobrevivência e reprodução. Entre as principais, destacam-se:
- Estruturas de fixação, como ganchos, ventosas e peças bucais especializadas.
- Ciclos de vida complexos, muitas vezes envolvendo diferentes hospedeiros, o que garante maiores chances de perpetuação da espécie.
- Alta taxa de reprodução, compensando a perda de indivíduos ao longo do ciclo de vida.
- Mimetismo e camuflagem, que auxiliam na evasão das defesas do hospedeiro.
- Alterações comportamentais no hospedeiro, induzidas pelo parasita, que favorecem sua transmissão.
Exemplos de Parasitas em Diferentes Grupos
Os parasitas estão presentes em diversos grupos de organismos:
- Animais: carrapatos, sanguessugas e ácaros.
- Protozoários: organismos unicelulares que podem habitar o interior de outros seres vivos.
- Plantas: espécies parasitas como a erva-de-passarinho, que retira seiva de árvores hospedeiras.
- Fungos: como alguns que se desenvolvem sobre insetos, utilizando seus corpos como fonte de nutrientes.
Parasitismo e Relações Ecológicas
O parasitismo desempenha papel importante na regulação das populações naturais. Ele pode limitar o crescimento de determinadas espécies, mantendo o equilíbrio nos ecossistemas. Além disso, a pressão seletiva exercida pelos parasitas influencia o processo evolutivo dos hospedeiros, que desenvolvem defesas para resistir às infestações, criando uma relação de coevolução. Essa interação gera uma constante corrida adaptativa, em que parasitas e hospedeiros aprimoram mecanismos para garantir a sobrevivência.
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Piolho: um inseto que pode parasitar o ser humano. |
Artigo revisado por Tânia Cabral - Professora de Biologia e Ciências - graduada na Unesp, 2001.
Atualizado em 16/08/2025
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Bibliografia Indicada
Obras usadas como fonte de pesquisa:
BIZZO, Nélio. Biologia Novas Bases. São Paulo: Editora Ibep, 2016.
FAVARETTO, José Arnaldo. Biologia – Unidade e Diversidade. São Paulo: Editora FTD, 2016.
https://antigo.uab.ufsc.br/biologia//files/2020/08/Parasitologia.pdf