Migração de Animais

 

O que é a migração de animais?


A migração de animais é um deslocamento sazonal ou periódico realizado por diferentes espécies ao longo de grandes distâncias. Esse movimento pode ocorrer entre regiões, ecossistemas ou até continentes, e está diretamente relacionado a fatores ambientais, climáticos e comportamentais. A migração é uma estratégia adaptativa que permite aos animais acessar melhores condições para alimentação, reprodução ou sobrevivência. Diferente de deslocamentos ocasionais, a migração é um comportamento instintivo, repetido regularmente por gerações.



Causas da migração animal:


A migração pode ser motivada por diversas razões, geralmente ligadas à sobrevivência e ao ciclo de vida dos animais:


1. Busca por alimento: quando a oferta de alimento diminui em determinada região, os animais migram para locais mais abundantes.

2. Reprodução: muitas espécies viajam longas distâncias para áreas específicas de acasalamento.

3. Alterações climáticas: mudanças sazonais de temperatura e umidade influenciam diretamente os deslocamentos.

4. Proteção contra predadores: algumas espécies migram para locais mais seguros durante fases vulneráveis, como a reprodução.

5. Condições ambientais ideais: fatores como qualidade da água, temperatura e luz solar determinam a escolha do destino migratório.



Tipos de migração


Existem diferentes formas de migração, variando de acordo com a distância percorrida, a direção e o objetivo do deslocamento:


1. Migração sazonal: ocorre em períodos específicos do ano, geralmente ligando verão e inverno.

2. Migração diária: deslocamentos que ocorrem ao longo do dia, como no plâncton marinho que sobe à superfície à noite.

3. Migração reprodutiva: movimentos destinados exclusivamente à reprodução, como em salmões e tartarugas marinhas.

4. Migração altitudinal: deslocamento entre diferentes altitudes, comum em aves que descem para regiões mais baixas no inverno.

5. Migração de dispersão: quando jovens se deslocam para evitar competição com indivíduos adultos.



Exemplos de espécies migratórias e suas rotas:


1. Baleia-jubarte (Megaptera novaeangliae): realiza longas viagens entre águas polares frias, onde se alimenta, e águas tropicais quentes, onde se reproduz. A distância percorrida pode ultrapassar 8 mil quilômetros.


2. Tartaruga-verde (Chelonia mydas): migra entre áreas de alimentação em regiões costeiras e praias tropicais específicas para a desova, muitas vezes retornando ao mesmo local de nascimento.


3. Salmão-do-Atlântico (Salmo salar): nasce em rios de água doce, migra para o oceano para crescer e, na fase adulta, retorna ao rio natal para se reproduzir.


4. Andorinha-do-barnabé (Hirundo rustica): migra do hemisfério norte, onde se reproduz no verão, para regiões mais quentes do hemisfério sul durante o inverno.


5. Borboleta-monarca (Danaus plexippus): realiza uma das mais longas migrações entre insetos, viajando da América do Norte até florestas do México para hibernar.


6. Arenque-do-Atlântico (Clupea harengus): desloca-se em grandes cardumes entre áreas de alimentação em mares frios e zonas de reprodução em águas mais quentes.


7. Pinguim-de-Adélia (Pygoscelis adeliae): migra no inverno para o norte do oceano Antártico, onde encontra alimento, retornando à costa da Antártida no verão para reprodução.


8. Caribu (Rangifer tarandus): realiza migrações terrestres de milhares de quilômetros entre regiões de tundra, no verão, e áreas florestais mais protegidas no inverno.


9. Atum-rabilho (Thunnus thynnus): percorre grandes distâncias entre o Atlântico e o Mediterrâneo para reprodução, aproveitando correntes oceânicas para reduzir gasto energético.


10. Gnu-azul (Connochaetes taurinus): na savana africana, realiza migrações circulares acompanhando a disponibilidade de pastagens, atravessando o rio Mara em busca de alimento.




Importância ecológica da migração


A migração de animais desempenha papel crucial na manutenção do equilíbrio ecológico. Ela contribui para a dispersão de sementes e pólen, garante a sobrevivência de espécies em ambientes instáveis e mantém cadeias alimentares ativas em diferentes regiões. Esse fenômeno também é indicador de saúde ambiental, pois mudanças nas rotas e nos períodos migratórios podem sinalizar alterações climáticas ou ambientais significativas.



Curiosidades:

 

- Algumas espécies de pássaros percorrem rotas migratórias intercontinentais (entre 1.000 e 8.000 km ou mais) todos os anos.

 

- Andorinhas, em seu processo migratório anual, conseguem ficar vários dias voando sem parar.

 

- O animal que percorre maior distância durante a migração é o pássaro conhecido como bobo-escuro. Todos os anos ele voa cerca de sessenta mil quilômetros.

 

Migração de gnus na África

Migração de gnus na África: em busca de regiões com água e condições favoráveis para vida e reprodução.

 

 



Artigo revisado por Tânia Cabral - Professora de Biologia e Ciências - graduada na Unesp, 2001.

Atualizado em 15/08/2025