Lacertílios

 

O que são os Lacertílios?

Os lacertílios, também chamados de sáurios, formam uma subordem do grupo dos répteis escamados (ordem Squamata) e englobam os lagartos em suas diversas espécies. São animais ectotérmicos, com corpo recoberto por escamas, membros geralmente bem desenvolvidos e cauda longa. A maioria apresenta grande agilidade e vive em ambientes terrestres ou arborícolas.



Características gerais dos lacertílios

Os lacertílios possuem corpo alongado, pescoço bem definido, membros locomotores laterais (embora algumas espécies, como as cobras-de-vidro, não tenham patas) e escamas córneas que recobrem a epiderme. Seus olhos são móveis e bem desenvolvidos, e muitas espécies têm pálpebras móveis e membrana nictitante. A língua pode ser bifurcada, como nos lagartos teídeos, ou pegajosa, como nos camaleões.



Habitat

Os lacertílios são encontrados em praticamente todos os continentes, com exceção das regiões polares. Vivem em ambientes variados, como desertos, florestas tropicais, savanas, áreas urbanas e zonas áridas. A maioria das espécies é terrestre ou arborícola, mas algumas podem ser semi-aquáticas ou fossoriais.



Alimentação e hábitos alimentares

A dieta dos lacertílios varia conforme a espécie. A maioria é carnívora ou insetívora, alimentando-se de insetos, pequenos artrópodes, ovos, vermes, pequenos vertebrados e até outros lagartos. Algumas espécies, como a iguana-verde, são predominantemente herbívoras. A captura do alimento pode envolver perseguição, emboscada ou, no caso dos camaleões, projeção da língua.



Respiração, circulação e excreção

Os lacertílios respiram exclusivamente por pulmões e possuem sistema circulatório fechado, com coração dividido em três câmaras (dois átrios e um ventrículo parcialmente dividido). A excreção é feita por rins metanéfricos, e o principal produto nitrogenado excretado é o ácido úrico, o que reduz a perda de água e os adapta bem à vida em ambientes secos.



Reprodução dos Lacertílios

A reprodução é sexuada, com fecundação interna. Os lacertílios são geralmente ovíparos, mas algumas espécies podem ser ovovivíparas ou vivíparas. A maioria apresenta dimorfismo sexual, com machos e fêmeas exibindo diferenças no tamanho, coloração ou estruturas corporais. Não há cuidado parental em muitas espécies, embora algumas iguanas e dragões-do-komodo possam vigiar seus ninhos.



Adaptações corporais e comportamentais

Diversos lacertílios apresentam adaptações únicas, como a autotomia caudal (capacidade de soltar a cauda para fugir de predadores), camuflagem, coloração aposemática ou mimetismo. Camaleões têm olhos que se movem independentemente e uma língua altamente projetável, enquanto lagartixas possuem estruturas adesivas nos dedos que lhes permitem escalar superfícies verticais.



Importância ecológica dos Lacertílios

Os lacertílios desempenham papel relevante no controle de populações de insetos e outros invertebrados, sendo importantes para o equilíbrio ecológico de vários biomas. Também servem de alimento para aves, serpentes e mamíferos carnívoros. Algumas espécies, como os teídeos, contribuem para a dispersão de sementes e renovação do solo por escavação.



Classificação
 


Os lacertílios pertencem à ordem Squamata e incluem diversas famílias, como:


- Iguanidae: iguanas e basiliscos.

- Teiidae: lagartos velozes como os teiús.

- Gekkonidae: as lagartixas, com dedos aderentes.

- Scincidae: lagartos escíncidos, com corpo liso e alongado.

- Chamaeleonidae: camaleões, com olhos independentes e língua projetável.

- Varanidae: monitores, como o dragão-de-komodo.



Exemplos de Lacertílios


Entre os representantes mais conhecidos, destacam-se:


- Iguana iguana: iguana-verde, comum em florestas tropicais da América.

- Salvator merianae: teiú, encontrado no Brasil e em outros países sul-americanos.

- Gekko gecko: lagartixa-tokay, de hábitos noturnos.

- Chamaeleo calyptratus: camaleão-do-iémen, famoso pela mudança de cor.

- Varanus komodoensis: dragão-de-komodo, o maior lagarto do mundo.




Relações ecológicas e interação com o ser humano

Os lacertílios são utilizados como bioindicadores ambientais e, em algumas culturas, são caçados para consumo ou comércio de peles. Também são criados como animais de estimação. Algumas espécies, como os camaleões, atraem interesse científico e conservacionista por suas adaptações e vulnerabilidade a alterações ambientais.



Curiosidades biológicas:

 

- A única espécie de lacertílio venenosa é o monstro-de-gila (Heloderma suspectum). Este perigoso lagarto é encontro na região noroeste do México e no sudoeste dos Estados Unidos.

 

- As lagartixas e algumas espécies de lagartos possuem um interessante recurso para se livrarem dos predadores. A cauda é desprendida do corpo, permanecendo em movimento por um certo tempo. Enquanto o predador se distrai com a cauda, o réptil pode fugir. Depois de algum tempo a cauda destes lacertílios cresce novamente (regeneração).

 

Foto de uma iguana, réptil lacertílio
Iguana: outro exemplo de réptil lacertílio.


 


Artigo revisado por Tânia Cabral - Professora de Biologia e Ciências - graduada na Unesp, 2001.

Atualizado em 02/08/2025

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