Eubactérias

 

O que são as eubactérias?


As eubactérias, também conhecidas como bactérias verdadeiras, formam um dos principais grupos do Reino Monera, sendo organismos unicelulares procariontes amplamente distribuídos nos mais diversos ambientes da Terra. Presentes no solo, na água, no ar, em organismos vivos e até em locais extremos, como fontes hidrotermais, essas bactérias desempenham papéis ecológicos e biotecnológicos fundamentais.

Ao contrário das arqueobactérias, que habitam ambientes extremos e possuem características bioquímicas específicas, as eubactérias são fisiologicamente mais diversas e englobam desde bactérias inofensivas até patógenos de importância médica.

Características das Eubactérias:



- Célula procarionte: as eubactérias não possuem núcleo delimitado por membrana. O material genético (DNA) encontra-se disperso no citoplasma, geralmente em uma única molécula circular, chamada nucleoide.


- Parede celular composta por peptidoglicano: uma das principais características das eubactérias é a presença de uma parede celular rígida composta por peptidoglicano (mureína), responsável por manter a forma da célula e protegê-la contra rupturas osmóticas. Esse componente não está presente nas arqueobactérias.


- Reprodução assexuada: a multiplicação ocorre por fissão binária, um processo simples de divisão celular que resulta em duas células geneticamente idênticas. Algumas eubactérias também realizam processos de transferência de material genético como conjugação, transformação e transdução, mecanismos que promovem variabilidade genética.


- Diversidade metabólica: as eubactérias apresentam grande variedade de metabolismos. Podem ser autótrofas (fotossintetizantes ou quimiossintetizantes) ou heterótrofas (saprofíticas, mutualísticas, parasitas). Essa diversidade permite sua presença em quase todos os habitats da biosfera.


- Sensibilidade a antibióticos: as eubactérias podem ser afetadas por antibióticos como penicilina, tetraciclina e estreptomicina, que atuam geralmente interferindo na síntese da parede celular ou nas funções ribossômicas.


- Presença de plasmídeos: muitas eubactérias possuem pequenos segmentos de DNA extracromossômico chamados plasmídeos, que podem conferir vantagens adaptativas como resistência a antibióticos.


- Estruturas acessórias: algumas eubactérias possuem flagelos para locomoção, cápsulas mucosas para proteção, e fímbrias (ou pili) que auxiliam na fixação a superfícies ou no processo de conjugação.

Exemplos de Eubactérias:


- Escherichia coli: espécie comum do intestino humano e de outros animais, participa da digestão e da produção de vitaminas do complexo B e vitamina K. Contudo, algumas cepas podem causar infecções alimentares graves, como a E. coli O157:H7.

- Streptococcus pneumoniae: bactéria patogênica responsável por doenças como pneumonia, meningite e otite. Sua cápsula polissacarídica é fator importante de virulência.


- Lactobacillus acidophilus: bactéria utilizada na fermentação de alimentos, como iogurtes e queijos. Auxilia na manutenção da flora intestinal saudável e na produção de ácido lático, que inibe o crescimento de microrganismos nocivos.


- Clostridium botulinum: produtora da toxina botulínica, uma das substâncias mais letais conhecidas. Apesar disso, em doses controladas, essa toxina é usada na medicina estética e no tratamento de espasmos musculares.


- Nitrosomonas sp.: exemplo de bactéria quimiossintetizante que oxida amônia em nitrito no solo, etapa essencial do ciclo do nitrogênio. Sua atividade favorece a fertilidade do solo e o crescimento vegetal.


- Cyanobacteria (como Anabaena e Nostoc): apesar do nome antigo “algas azuis”, são eubactérias fotossintetizantes que produzem oxigênio. São importantes na fixação biológica do nitrogênio e podem viver em ambientes aquáticos ou terrestres.


- Mycobacterium tuberculosis: agente causador da tuberculose, é uma eubactéria aeróbica com parede celular rica em lipídios, o que a torna resistente à desidratação e a muitos antibióticos.

Colônia da eubactéria Bordetella pertussis: causadora da coqueluche.

 

 

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Artigo revisado por Tânia Cabral - Professora de Biologia e Ciências - graduada na Unesp, 2001.

Atualizado em 28/08/2025