Níveis Tróficos

 

O que são

O fluxo de energia e a transferência de matéria entre os seres vivos de um ecossistema são organizados em níveis tróficos. Cada nível representa uma posição específica na cadeia alimentar e reflete o papel que determinado organismo desempenha nesse fluxo. O estudo dos níveis tróficos é fundamental para compreender a dinâmica ecológica, a estrutura dos ecossistemas e o impacto das atividades humanas nos ambientes naturais.



Organização dos Níveis Tróficos

Os níveis tróficos são organizados de forma hierárquica, começando pelos produtores e seguindo por consumidores e decompositores. A energia flui de um nível ao outro, mas parte significativa é dissipada em forma de calor, o que limita o número de níveis em uma cadeia alimentar.



1. Produtores: base da cadeia alimentar

Os produtores ocupam o primeiro nível trófico. São organismos autotróficos, ou seja, capazes de produzir seu próprio alimento a partir da luz solar (fotossíntese) ou de reações químicas (quimiossíntese). As plantas, as algas e algumas bactérias exercem esse papel. Por captarem energia diretamente do ambiente, são a principal fonte energética para os níveis seguintes.



2. Consumidores primários: os herbívoros

O segundo nível trófico é composto pelos consumidores primários. São animais que se alimentam diretamente dos produtores, ou seja, são herbívoros. Exemplos incluem o coelho, o gafanhoto e o peixe-boi. Eles transformam a energia armazenada nos vegetais em matéria orgânica utilizável pelos próximos consumidores.



3. Consumidores secundários e terciários: os carnívoros

Os consumidores secundários ocupam o terceiro nível trófico. Alimentam-se de herbívoros e, portanto, são carnívoros ou onívoros. Um exemplo clássico é a cobra que se alimenta de ratos. Já os consumidores terciários ocupam o quarto nível trófico, alimentando-se de consumidores secundários. Em ecossistemas complexos, pode haver consumidores quaternários, como grandes predadores no topo da cadeia.



4. Decompositores: recicladores da matéria

Apesar de não ocuparem um nível trófico fixo, os decompositores são essenciais. Fungos e bactérias atuam na decomposição da matéria orgânica morta, transformando-a em nutrientes que retornam ao ambiente e são reutilizados pelos produtores. Eles garantem a ciclagem da matéria e mantêm o equilíbrio do ecossistema.



Teia alimentar e interações complexas


Na natureza, a alimentação raramente segue uma cadeia linear. Os organismos podem ocupar diferentes níveis tróficos dependendo da fonte alimentar disponível. Dessa forma, formam-se teias alimentares, estruturas complexas que interligam várias cadeias e representam de maneira mais realista as interações entre os seres vivos.



Pirâmides ecológicas e eficiência energética


As pirâmides ecológicas representam graficamente os níveis tróficos. As pirâmides de número mostram a quantidade de organismos em cada nível; as de biomassa indicam a massa total de seres vivos; e as de energia demonstram a quantidade de energia disponível. À medida que se sobe nos níveis, há perda de energia, geralmente de 80% a 90% em cada transferência, limitando o número de níveis existentes em um ecossistema.



Importância dos níveis tróficos na conservação ambiental

Compreender os níveis tróficos permite avaliar o impacto ambiental causado pela ação humana, como a pesca predatória ou o desmatamento. A retirada de uma espécie de determinado nível pode desestabilizar toda a cadeia alimentar. Portanto, esse conhecimento é essencial para a preservação da biodiversidade e para o manejo sustentável dos recursos naturais.


 


 

Artigo revisado por Tânia Cabral - Professora de Biologia e Ciências - graduada na Unesp, 2001.

Atualizado em 17/08/2025