Organelas da Célula Vegetal e suas funções
O que são?
Organelas das células vegetais são estruturas especializadas localizadas no interior das células e responsáveis por desempenhar funções essenciais para a sobrevivência, crescimento e funcionamento dos vegetais. Cada organela possui uma função específica, como produção de energia, síntese de proteínas, fotossíntese, armazenamento de substâncias e controle das atividades celulares.
ORGANELAS, FUNÇÕES E CARACTERÍSTICAS:
Parede celular: estrutura e função
A parede celular é uma estrutura rígida localizada externamente à membrana plasmática nas células vegetais. Ela é composta principalmente por celulose, um polissacarídeo que confere resistência mecânica e proteção. Essa parede atua como uma barreira física contra choques e microrganismos, além de manter a forma da célula. A parede celular também regula a entrada e saída de substâncias e permite a comunicação entre células por meio dos plasmodesmos, canais que atravessam a parede.
Membrana plasmática: controle e seletividade
A membrana plasmática é uma fina camada lipoproteica que envolve o citoplasma, localizada internamente à parede celular. Ela é responsável por controlar o transporte de substâncias para dentro e para fora da célula, sendo seletivamente permeável. A estrutura da membrana baseia-se no modelo do mosaico fluido, com fosfolipídios formando uma bicamada e proteínas inseridas que auxiliam no transporte e na comunicação celular.
Citoplasma: meio para as organelas
O citoplasma é o espaço interno da célula onde estão mergulhadas todas as organelas. Trata-se de uma matriz gelatinosa composta por água, íons, enzimas, proteínas e outras moléculas. No citoplasma ocorrem reações metabólicas essenciais, além da movimentação das organelas e da distribuição de substâncias entre elas.
Núcleo: centro do controle celular
O núcleo é a organela que abriga o material genético da célula vegetal, o DNA. Ele é envolto pela carioteca, uma membrana dupla com poros que permite a troca de substâncias com o citoplasma. Internamente, o núcleo contém o nucléolo, responsável pela produção de ribossomos, e a cromatina, onde estão os genes. O núcleo comanda todas as atividades celulares, como o metabolismo e a divisão celular.
Ribossomos: síntese de proteínas
Os ribossomos são estruturas pequenas, não membranosas, compostas por RNA ribossômico e proteínas. Eles podem estar dispersos no citoplasma ou aderidos ao retículo endoplasmático rugoso. Sua principal função é a síntese de proteínas, sendo fundamentais para a manutenção e crescimento da célula vegetal.
Retículo endoplasmático rugoso: produção de proteínas
O retículo endoplasmático rugoso (RER) é uma rede de membranas interconectadas coberta por ribossomos em sua face externa. Ele está envolvido na produção e no transporte de proteínas que serão exportadas da célula ou inseridas em membranas. As proteínas produzidas no RER são modificadas e embaladas para o Complexo de Golgi.
Retículo endoplasmático liso: síntese de lipídios e desintoxicação
O retículo endoplasmático liso (REL) não possui ribossomos em sua superfície. Ele está envolvido na síntese de lipídios, como fosfolipídios e esteroides, além de atuar na desintoxicação de substâncias químicas e no armazenamento de íons cálcio. Também auxilia no metabolismo de carboidratos.
Complexo de Golgi: empacotamento e secreção
O Complexo de Golgi é formado por sacos achatados e empilhados chamados dictiossomos. Ele modifica, armazena e direciona proteínas e lipídios sintetizados no retículo endoplasmático para seus destinos finais. No caso das células vegetais, o Complexo de Golgi também produz polissacarídeos que compõem a parede celular.
Lisossomos: digestão intracelular (rara nas células vegetais)
Embora mais comuns em células animais, lisossomos podem ocasionalmente estar presentes em células vegetais. São estruturas que contêm enzimas digestivas capazes de degradar componentes celulares envelhecidos ou materiais absorvidos pela célula. Em plantas, essa função é majoritariamente desempenhada pelos vacúolos.
Peroxissomos: metabolismo do peróxido de hidrogênio
Os peroxissomos são organelas esféricas que contêm enzimas oxidativas. Em células vegetais, participam da quebra de ácidos graxos e da conversão de peróxido de hidrogênio (H₂O₂) em água e oxigênio, protegendo a célula dos efeitos tóxicos dessa substância. Também estão envolvidos na fotorrespiração, processo relacionado à fotossíntese.
Cloroplastos: local da fotossíntese
Os cloroplastos são exclusivas das células vegetais e de alguns protistas. Eles possuem dupla membrana e contêm tilacoides organizados em grana, estruturas que abrigam a clorofila. A clorofila é o pigmento responsável pela captação da luz solar durante a fotossíntese. Os cloroplastos convertem energia luminosa em energia química, produzindo glicose e oxigênio a partir de água e dióxido de carbono.
Mitocôndrias: respiração celular
As mitocôndrias estão presentes nas células vegetais e são responsáveis pela produção de energia na forma de ATP, por meio da respiração celular aeróbica. Possuem membrana dupla, sendo a interna altamente dobrada em cristas, onde se localizam as enzimas do processo respiratório. As mitocôndrias contêm DNA próprio e são consideradas semi-autônomas.
Vacúolo central: armazenamento e equilíbrio osmótico
O vacúolo central é uma organela de grande volume que ocupa a maior parte do espaço da célula vegetal madura. É delimitado por uma membrana chamada tonoplasto e contém a seiva celular, composta por água, íons, açúcares e outras substâncias. Desempenha funções como armazenamento de nutrientes e pigmentos, regulação osmótica, manutenção da turgescência celular e degradação de resíduos celulares.
Plastídios: diversidade funcional
Além dos cloroplastos, as células vegetais possuem outros plastídios, como os leucoplastos e os cromoplastos. Os leucoplastos são incolores e armazenam substâncias como amido, lipídios e proteínas. Já os cromoplastos possuem pigmentos não fotossintetizantes, como carotenoides, que conferem coloração a flores e frutos, atraindo polinizadores e dispersores de sementes.
Citoesqueleto: sustentação e movimentação
O citoesqueleto é formado por uma rede de filamentos proteicos que se estende pelo citoplasma. Em células vegetais, o citoesqueleto confere sustentação, organiza as organelas, participa do transporte intracelular e atua na separação dos cromossomos durante a divisão celular. É composto por microtúbulos, microfilamentos e filamentos intermediários.
Plasmodesmos: comunicação entre células
Os plasmodesmos são canais que atravessam a parede celular e permitem a comunicação direta entre células vegetais vizinhas. Eles possibilitam a troca de substâncias, como íons, hormônios e sinais químicos, integrando o funcionamento do tecido vegetal.
Centrossomo (sem centríolos em vegetais superiores)
As células vegetais possuem centrossomo, região organizadora dos microtúbulos, mas não possuem centríolos, que são estruturas presentes nas células animais e de alguns vegetais inferiores. Mesmo sem centríolos, as células vegetais conseguem organizar o fuso mitótico durante a divisão celular.
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Células de uma planta (imagem ampliada em microscópio) com organelas em seu interior. |
Artigo revisado por Tânia Cabral - Professora de Biologia e Ciências - graduada na Unesp, 2001.
Atualizado em 23/07/2025
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Fonte de referência:
RAVEN, P. H.; EVERT, R. F.; EICHHORN, S. E. Biologia vegetal. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.