Líquens
O que são líquens?
Líquens são organismos formados pela associação simbiótica entre um fungo e um organismo fotossintetizante, que pode ser uma alga verde ou uma cianobactéria. Essa relação é considerada mutualista, pois ambas as partes se beneficiam: o fungo oferece suporte estrutural e proteção contra a perda de água, enquanto o parceiro fotossintetizante produz alimento por meio da fotossíntese. Por essa razão, os líquens são classificados como organismos compostos, distintos dos fungos e das algas isoladamente.
Características dos líquens:
Os líquens apresentam características únicas devido à sua composição simbiótica. Possuem uma estrutura denominada talo, que pode variar muito em forma, tamanho e textura. A ausência de raízes, caule e folhas diferencia os líquens das plantas, embora sua superfície possa parecer semelhante a uma planta ou musgo. Além disso, os líquens são extremamente resistentes a condições ambientais adversas, como secas prolongadas, temperaturas extremas e exposição à radiação solar intensa. Essa resistência os permite colonizar ambientes inóspitos, como rochas, cascas de árvores, solos pobres e até ambientes poluídos.
Reprodução
A reprodução dos líquens pode ocorrer por meio de fragmentação do talo ou pela produção de estruturas especializadas chamadas soredia e isídios, que carregam ambos os parceiros simbiontes. Em alguns casos, o fungo pode se reproduzir sexualmente, mas essa reprodução ocorre independentemente do parceiro fotossintetizante.
Tipos de líquens:
Os líquens são classificados principalmente com base na forma de seu talo, que pode ser crustáceo, folioso ou fruticuloso.
- Líquens crustáceos: apresentam talo aderido de maneira muito firme à superfície em que crescem, parecendo uma crosta. São geralmente planos e difíceis de separar do substrato.
- Líquens foliosos: possuem talos em forma de pequenas folhas, geralmente achatados e parcialmente aderidos ao substrato, com algumas partes livres.
- Líquens fruticulosos: têm talos com aparência ramificada, que se erguem ou pendem, apresentando formas mais complexas e tridimensionais.
Você sabia?
- Os líquens desempenham um papel ecológico importante. São pioneiros na colonização de ambientes desprovidos de vida, contribuindo para a formação do solo ao decompor rochas por meio de processos químicos e físicos. Vale ressaltar também que eles atuam como bioindicadores da qualidade do ar, uma vez que são sensíveis à poluição, especialmente a gases tóxicos como o dióxido de enxofre.
- Alguns líquens são utilizados na produção de corantes naturais, medicamentos e perfumes. Apesar de sua importância ecológica, os líquens crescem lentamente e são vulneráveis a alterações ambientais, o que torna essencial sua conservação.
- A compreensão dos líquens é fundamental para o estudo da biodiversidade e dos ecossistemas, pois eles representam um exemplo notável de cooperação entre diferentes grupos de organismos, refletindo a complexidade das relações biológicas na natureza.
![]() |
Líquens presentes no galho de uma árvore. |
Curiosidades:
- Os líquens são organismos simbióticos, formados pela associação entre fungos e algas (ou cianobactérias), que vivem em cooperação mútua: o fungo protege e retém água, enquanto a alga realiza fotossíntese.
- Eles são extremamente resistentes e conseguem sobreviver em ambientes extremos, como desertos gelados, rochas nuas em altas montanhas e até nas superfícies externas de naves espaciais em testes de resistência.
- Os líquens crescem muito lentamente, podendo levar anos para se desenvolver apenas alguns milímetros, mas sua longevidade impressiona: alguns exemplares podem viver por séculos.
- São excelentes bioindicadores da qualidade do ar, pois são muito sensíveis à poluição atmosférica, especialmente ao dióxido de enxofre, o que os torna úteis para monitoramento ambiental em áreas urbanas e industriais.
Saiba mais:
- Obtenha mais informações sobre os líquens no website da EMBRAPA.
Glossário do artigo:
- Talo: estrutura principal do líquen, formada pela união dos organismos simbióticos.
- Simbiose: relação próxima e duradoura entre organismos diferentes, que pode ser benéfica para ambos.
- Mutualismo: tipo de simbiose em que ambas as espécies envolvidas se beneficiam.
- Fotossíntese: processo pelo qual organismos produzem alimento utilizando luz solar, água e dióxido de carbono.
- Cianobactéria: grupo de bactérias capazes de realizar fotossíntese, também chamadas de algas azuis.
- Fragmentação: tipo de reprodução assexuada em que uma parte do organismo se separa para formar um novo indivíduo.
- soredia: estruturas formadas por células fúngicas e fotossintetizantes usadas para reprodução dos líquens.
- Isídios: pequenas projeções no talo do líquen que ajudam na reprodução vegetativa.
- Bioindicadores: organismos usados para avaliar a qualidade ambiental, especialmente a presença de poluentes.
- Dióxido de enxofre: gás poluente tóxico que afeta a saúde dos organismos e a qualidade do ar.
- Colonização: processo de ocupação e adaptação de organismos em um ambiente novo.
- Decomposição: quebra química ou física de materiais, como rochas, para formar solo.
Artigo revisado por Tânia Cabral - Professora de Biologia e Ciências - graduada na Unesp, 2001.
Atualizado em 21/07/2025
Bibliografia Indicada
Fonte de pesquisa:
FAVARETTO, José Arnaldo. Biologia – Unidade e Diversidade. São Paulo: Editora FTD, 2016.