Colênquima e Esclerênquima
Colênquima e Esclerênquima: tecidos de sustentação das plantas
No corpo das plantas, a sustentação é garantida por tecidos especializados que conferem resistência e elasticidade, adaptando-se tanto ao crescimento quanto às condições ambientais. Dois desses tecidos fundamentais são o colênquima e o esclerênquima. Ambos pertencem ao grupo dos tecidos de sustentação e desempenham papéis complementares na estrutura vegetal. A seguir, serão detalhados em subtemas para favorecer a compreensão didática e a otimização em mecanismos de busca.
O que é o colênquima?
O colênquima é um tecido vegetal de sustentação encontrado principalmente em órgãos jovens em crescimento, como caules e pecíolos. É formado por células vivas, alongadas e com paredes celulares espessas de maneira desigual, geralmente ricas em celulose e pectina. Essa espessura assimétrica confere ao tecido uma grande capacidade de resistência mecânica aliada à flexibilidade, o que permite o alongamento dos órgãos vegetais sem que ocorra rompimento estrutural.
O colênquima localiza-se frequentemente próximo à epiderme, em regiões periféricas dos caules e folhas, como as nervuras. Por ser um tecido vivo, ele acompanha o crescimento da planta, ajustando-se às mudanças estruturais decorrentes do desenvolvimento.
Características das células colenquimáticas
As células do colênquima apresentam características marcantes:
- São vivas e alongadas, com citoplasma e núcleo presentes.
- As paredes celulares são espessas de forma desigual, concentrando celulose nas regiões onde há maior necessidade de resistência.
- Permitem a flexibilidade da planta, contribuindo para a sustentação em órgãos em crescimento ativo.
- São células que podem estar organizadas em camadas contínuas ou em agrupamentos localizados.
Essa disposição das células colenquimáticas varia conforme a espécie vegetal e o tipo de órgão onde se encontram.
Tipos de colênquima
O colênquima pode ser classificado em diferentes tipos, de acordo com a disposição da espessura das paredes celulares:
- Colênquima angular: apresenta espessamento nas junções das células, sendo o tipo mais comum, encontrado em caules jovens.
- Colênquima lacunar: possui grandes espaços intercelulares, com espessamento nas regiões voltadas para esses espaços, sendo comum em folhas.
- Colênquima lamelar: apresenta espessamentos uniformes nas paredes tangenciais internas e externas, formando camadas paralelas.
Cada tipo de colênquima contribui de maneira específica para a sustentação e flexibilidade dos tecidos vegetais, adaptando-se à anatomia e à fisiologia da planta.
O que é o esclerênquima?
O esclerênquima é um tecido de sustentação composto por células mortas na maturidade, com paredes celulares muito espessas e lignificadas. Essa lignificação torna o tecido extremamente rígido e resistente, sendo essencial para garantir suporte estrutural em órgãos que já completaram seu crescimento.
O esclerênquima é comum em regiões mais maduras da planta, como caules, raízes e envoltórios de sementes. Seu papel é fornecer rigidez e proteção contra agentes físicos, contribuindo para a integridade do corpo vegetal.
Características das células esclerenquimáticas
As células do esclerênquima apresentam as seguintes características:
- São mortas na fase madura, sem protoplasma.
- Têm paredes celulares muito espessas e impregnadas por lignina, o que as torna rígidas e impermeáveis.
- Possuem pequeno ou nenhum lúmen celular (espaço interno).
- Não acompanham o crescimento da planta, pois são inflexíveis.
Diferente do colênquima, o esclerênquima oferece uma sustentação mais definitiva e rígida, contribuindo para a resistência estrutural da planta após o fim do crescimento do órgão.
Tipos de esclerênquima
O esclerênquima é formado por dois principais tipos celulares:
- Fibras esclerenquimáticas: são células alongadas, com paredes muito espessas, encontradas em feixes associados ao xilema e ao floema. Fornecem resistência mecânica e são utilizadas pela indústria têxtil (exemplo: fibras do linho e do cânhamo).
- Esclereídes: são células variáveis em forma e tamanho, com paredes fortemente lignificadas. Estão presentes em cascas de sementes, endocarpo de frutos (como no caroço do pêssego) e conferem textura granulosa a algumas frutas (como a pera).
Cada tipo de célula esclerenquimática contribui de forma distinta para a rigidez e proteção dos tecidos vegetais, dependendo da localização e da função no corpo da planta.
Diferenças entre colênquima e esclerênquima
Apesar de ambos os tecidos estarem envolvidos na sustentação vegetal, existem diferenças fundamentais entre o colênquima e o esclerênquima:
- O colênquima é formado por células vivas, enquanto o esclerênquima é composto por células mortas.
- O colênquima está associado à sustentação de tecidos jovens em crescimento, enquanto o esclerênquima atua em tecidos maduros.
- O colênquima apresenta paredes celulares espessas de forma desigual, enquanto o esclerênquima possui paredes uniformemente espessas e lignificadas.
- O colênquima é flexível, permitindo a deformação temporária, já o esclerênquima é rígido e inflexível.
- O colênquima localiza-se próximo à periferia dos órgãos, enquanto o esclerênquima está presente em diversas regiões internas, incluindo feixes vasculares e sementes.
Essas distinções evidenciam a atuação complementar dos dois tecidos no desenvolvimento e sustentação das plantas.
Artigo revisado por Tânia Cabral - Professora de Biologia e Ciências - graduada na Unesp, 2001.
Atualizado em 13/08/2025
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Bibliografia Indicada
OLIVEIRA, Eurico Cabral de. Introdução à Biologia Vegetal. São Paulo: Edusp, 2013.